No acumulado do ano, o saldo negativo da poupança já chega a R$ 4,099 bilhões, evidenciando que os brasileiros estão retirando mais dinheiro do que estão depositando. Essa tendência contrasta com o desempenho de 2023, quando a poupança registrou um impressionante saque líquido de R$ 87,819 bilhões.

A comparação com agosto de 2023 também revela uma melhora significativa: no mesmo mês do ano passado, os saques superaram os depósitos em R$ 10,074 bilhões. Isso mostra que, apesar de os saques continuarem, o ritmo diminuiu em relação ao ano anterior.

Mesmo com o cenário de saques, o saldo total da poupança ainda mostra crescimento, alcançando R$ 1,020 trilhão em agosto de 2024, frente a R$ 1,0125 trilhão no mês anterior. Esse aumento foi impulsionado pelo rendimento de R$ 5,439 bilhões creditados no mês.

O comportamento dos bancos que utilizam os recursos da poupança para crédito imobiliário e rural também reflete essa realidade. As instituições ligadas ao Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), que destinam os recursos à habitação, tiveram um saque líquido de R$ 1,288 bilhão em agosto. Em contrapartida, os bancos que aplicam os recursos no crédito rural (SBPR) registraram uma captação líquida de R$ 890 milhões, o que ajudou a equilibrar o saldo geral.

Esse movimento de resgates pode estar relacionado a diversos fatores, como a busca por alternativas de investimento mais rentáveis em um cenário de taxas de juros mais elevadas e inflação, o que torna a poupança menos atraente para os investidores. As mudanças no perfil de investimentos dos brasileiros e a necessidade de liquidez também são fatores que influenciam diretamente o desempenho da poupança no país.